A Aposta de Pascal – ———-Nos tempos do COVID-19:

https://en.wikipedia.org/wiki/Pascal%27s_wager

Blaise Pascal fez um questionamento se uma pessoa culta deveria acreditar ou não a existência de D’us.

Segundo Pascal, uma pessoa culta deve sim acreditar na existência de D’us, pois quando você morrer e chegar aos céus e:

1. D’us existir, voce ganhou a aposta
2. Se ele não existir, vc não perdeu nada

Por outro lado, se você não acreditar na existência dele e ao falecer chegar aos Céus aí:

1. Se D’us não existir: não há problemas
2. Mas se ele existir: Você perdeu e perdeu feio

Uso este argumento Filosófico neste momento da COVID, pois eu acreditei que por estar plenamente vacinado e com anticorpos do tipo Neutralizantes bem elevados eu estaria protegido contra este vírus. Errei e estou pagando o preço (não tem sido muito sério, mas também não tem sido nada agradável).

Assim, na minha visão “Covidiana” da Aposta de Pascal, creio que é muito mais saudável      NÃO ACREDITARMOS QUE ESTAMOS TOTALMENTE PROTEGIDOS CONTRA a  covid-19, independentemente das vacinas que tomamos (atenção, eu tive uma evolução leve devido a estar vacinado, portanto DEVEM SIM TOMAR TODAS AS DOSES DA VACINA) e devem ser muito rigorosos nas medidas Não-Farmacológicas:

1.  Usar mascara SEMPRE e a todo momento, que estiverem em ambientes fechados, com pessoas que não sejam de seu núcleo intimo (e de total confiança).
2. Evitar aglomerações, celebrações, etc. (lembrem-se que ainda não inventaram um método de comer de mascara, alias existe, mas é uma gastrostomia, ou um tubo nasogástrico).

Todos estamos ansiosos para voltar a nossa vida “normal”, mas imaginem esta situação:

1. Vários  de nós com viagens programadas para o exterior
2. Porem como estamos “bem” vamos celebrar as festas de final de ano com amigos
3. Eventualmente alguns de nós, assintomáticos testem positivo para Covid e não consigam embarcar com todos os perrengues envolvidos
4. Alguns testem positivo no exterior e aí vai ser uma bela confusão

Creio que vocês saibam que eu num simples descuido (tirar a mascara por alguns instantes) acabei pegando  a variante Ômicron da COVID-19 (eu sou o tal idoso de 67 anos, com o possível primeiro caso de transmissão comunitária, isto é sem ter viajado para o exterior, desta variante).

Depois que eu testei positivo na minha clinica tivemos pelo menos mais 10 casos desta variante e a todos os dias escuto mais relatos de casos.

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/12/16/prefeitura-monitora-90-participantes-de-festa-onde-paciente-com-variante-omicron-frequentou-em-sp-22-pessoas-testaram-positivo-para-covid-19.ghtml

Ontem (16/12/21) completei meu 10º dia de isolamento e a principio não sou mais “contaminante” (vou repetir exames hoje), mas o Einstein me pede 14 das de afastamento para atendimento presencial.

Não tive quadro mais sério, porem veja os transtornos que impactaram na vida de minha família:

1. Me isolei em um pequeno apartamento que temos atras do Einstein, para não por em risco ninguém mais
2. Luci (a famosa Mais-Mais) tb não pode atender presencialmente e menos ainda fazer suas cirurgias
3. Dia 14/12 meu único irmão completou 70 anos e não pude estar com ele.
4. Gabriel, nosso filho, chega dos EUA (não o vemos há 1,5 anos) amanhã (18/12) e não poderei vê-lo (tenho de aguardar os 14 dias).
5. Estava aguardando minha entrevista para o visto americano desde Maio de 2020 (2020, repito) e adivinha para quando ela estava marcada?

Para complicar um pouco mais as coisas, este semana, na clinica que lidero tivemos uma EXPLOSÂO de quadro desta Influenza A (H3N2):

1. Não param de chegar casos
2. Obviamente que o quadro se confunde com ao Covid
3. Os sintomas tem sido mais intensos que os dos casos de Ômicron que temos visto
4. A vacina que tomamos este ano, não da proteção contra a  cepa em questão (agora estamos ficando experts em cepas) que se chama Darwin (cidade na Australia onde ela foi identificada)
5. Atenção :existe um teste (PCR para Patógenos Respiratórios, que consegue identificar qual o germe causador deste quadro infeccioso

Last, but not least (parece até brincadeira)

Há 3 dias, ao levantar neste apartamento que eu estou, por não ser meu habitual, chutei o pé da cama e adivinha. Quebrei o dedo mínimo do pé esquerdo. O meu santo amigo Amancio fez uma imobilização e estou bem

Se alguém souber de uma benzedeira, acho que estou aceitando