https://en.wikipedia.org/wiki/Babi_Yar
Na noite de 29 para 30 de Setembro de exatos 80 anos atrás, os Nazistas cometeram o massacre de Babi Yar, nas cercanias de Kiev. Cerca de 33.000 judeus foram fuzilados em 36 hs, nesta ravina, numa única operação (este numero catastrófico só foi suplantado posteriormente pelos Massacres de Odessa e do Gueto de Varsóvia).
Diferente do que ocorreu nos Campos de Extermínio não existem informações sobre quem foi assassinado em Babi Yar. O Governo Soviético nunca reconheceu este massacre como sendo um ato contra os judeus, porem num ato de enorme ousadia, em 1961 o laureado poeta Russo Yevgeny Yevtushenko escreveu um famoso poema sobre este esquecido episódio da história e ele começa com a seguinte frase: NÃO HÁ MONUMENTOS EM BABI YAR.
A Ucrânia tinha uma grande população judaica (de onde vem minha família materna) e se estima que antes da guerra haviam cerca de 200.000 Judeus em Kiev (capital da Ucraína).
Em 19 de Setembro de 1941 os Nazistas ocuparam Kiev. Nos dias seguintes a resistência soviética explodiu varias bombas em regiões distintas da cidade. Em 26 de Setembro os infames Governador Militar Kurt Eberhard e SS-Obergruppenfüher Friedrich Jeckeln em retaliação determinaram a execução da totalidade da população judaica da cidade
O que se seguiu entrou para história como um massacre terrível e um dos símbolos da crueldade dos nazistas. No local determinado por eles, reuniram-se mais de 33 mil judeus, todos imaginando que seriam transferidos para algum gueto ou campo de concentração. Em vez disso, os judeus foram organizados ali para serem massacrados.
Durante a ocupação nazista cerca de 100.000 pessoas foram executadas neste meesmo local
Apesar de sua proporção, o Massacre de Babi Yar permaneceu nas sombras durante décadas, pois a União Soviética recusou-se a reconhecê-lo como um ato de extermínio contra judeus, apenas reconhecendo-o um ato genocida contra o povo soviético. O reconhecimento devido a esse massacre somente aconteceu com a independência da Ucrânia, em 1991.
No monument stands over Babi Yar.
A steep cliff only, like the rudest headstone.
I am afraid.
Today, I am as old
As the entire Jewish race itself.
I see myself an ancient Israelite.
I wander o’er the roads of ancient Egypt
And here, upon the cross, I perish, tortured
And even now, I bear the marks of nails.
It seems to me that Dreyfus is myself. *1*
The Philistines betrayed me – and now judge.
I’m in a cage. Surrounded and trapped,
I’m persecuted, spat on, slandered, and
The dainty dollies in their Brussels frills
Squeal, as they stab umbrellas at my face.
I see myself a boy in Belostok *2*
Blood spills, and runs upon the floors,
The chiefs of bar and pub rage unimpeded
And reek of vodka and of onion, half and half.
I’m thrown back by a boot, I have no strength left,
In vain I beg the rabble of pogrom,
To jeers of “Kill the Jews, and save our Russia!”
My mother’s being beaten by a clerk.
O, Russia of my heart, I know that you
Are international, by inner nature.
But often those whose hands are steeped in filth
Abused your purest name, in name of hatred.
I know the kindness of my native land.
How vile, that without the slightest quiver
The antisemites have proclaimed themselves
The “Union of the Russian People!”
It seems to me that I am Anna Frank,
Transparent, as the thinnest branch in April,
And I’m in love, and have no need of phrases,
But only that we gaze into each other’s eyes.
How little one can see, or even sense!
Leaves are forbidden, so is sky,
But much is still allowed – very gently
In darkened rooms each other to embrace.
-“They come!”
-“No, fear not – those are sounds
Of spring itself. She’s coming soon.
Quickly, your lips!”
-“They break the door!”
-“No, river ice is breaking…”
Wild grasses rustle over Babi Yar,
The trees look sternly, as if passing judgement.
Here, silently, all screams, and, hat in hand,
I feel my hair changing shade to gray.
And I myself, like one long soundless scream
Above the thousands of thousands interred,
I’m every old man executed here,
As I am every child murdered here.
No fiber of my body will forget this.
May “Internationale” thunder and ring *3*
When, for all time, is buried and forgotten
The last of antisemites on this earth.
There is no Jewish blood that’s blood of mine,
But, hated with a passion that’s corrosive
Am I by antisemites like a Jew.
And that is why I call myself a Russian!
A História não termina ai. Em 1962 Dmitri Shostakovitch escreveu sua 13ª Sinfonia, baseada no Poema de Yevtushenko
https://www.classical-music.com/features/articles/introduction-shostakovichs-symphony-no-13/
O governo Soviético proibiu sua apresentação após duas apresentações e o Poeta foi obrigado a reescrever seu poema
Esta atitude é de certa forma assassinar duas vezes estas pobres vitimas das atrocidades que a humanidade pode cometer:
- Pelo assassinato propriamente dito
- Pelo apagamento da memória de sua existência
Creio que hoje todos devemos recitar o Kaddish dos Enlutados em memória aos mortos em Babi Yar (e por todas as vitimas das perseguições por todas as causas, quer sejam religiosas, politicas, costumes, etc.). https://en.wikipedia.org/wiki/Kaddish
Que o Seu grande Nome seja exaltado e santificado no mundo que Ele criou conforme Sua vontade. Que Seu reinado durante nossas vidas e nossos dias e durante a vida de toda a Casa de Israel, rapidamente e em breve.
(A Congregação responde: ‘Amen. Que Seu grande nome seja abençoado para sempre e eternamente’).
Abençoado, louvado, glorificado, exaltado, enaltecido, honrado, elevado e elogiado seja o nome do Todo-Poderoso, pois dele emanam todas as bênçãos e louvores. Nosso guia e o que nos conforta, redentor por toda a eternidade.
(A Congregação responde: ‘Abençoado Seja’)
Para Israel e seus justos e por todos os que partiram do mundo de acordo com a vontade do Juiz. Possam eles ter uma grande paz pela graça e caridade que eles provem dos céus.
(Amen)
Que os céus possam nos conceder uma grande paz e a vida para todos nós e Israel.
(Amen)
Aquele Que estabelece paz nas alturas, Que possa trazer a paz sobre nós e sobre todo Israel.
Boa tarde Dr. Jairo.
Muito informativo e também, muito triste, essa passagem aqui documentada. Impressionante como existiam, e ainda existem, pessoas com essa tamanha crueldade.
Abraços e até a próxima consulta…………..rsssss
JOAO
Como disse Elie Wiessel, sobrevivente de Auschwitz e Premio Nobel: Precisamos lembrar destes episódios, para que eles não mais se repitam
Perfeito
Muito triste. Não conhecia esta história.
Georges Satayana disse:“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”