Hoje (03/04/22) se completam 35 anos desde que conheci a Paixão da Minha Vida, a Luci (a quem eu chamo de Mais-Mais)
Como é do meu feitio preciso contra um pouco de histórias (ou estórias).
Pode não parecer, mas sempre fui tímido, desengonçado e atrapalhado.
Tive o que acho uma vida normal de jovens da minha época, com um lar bastante adequado, mas vindo de uma família (materna) com muita bipolaridade e “aprendi” a conviver (ou melhor me abstrair) destas flutuações de humor. Como escreveu Nietzsche: “O que não me mata, me fortalece”. Me fiz forte (tenho uma bela couraça para me proteger).
Em cursando Medicina e tendo um Pai Fundador e Presidente do Einstein eu não aloquei muita energia pensando em qual especialidade eu viria a seguir, imaginando que meu Pai daria um sábio conselho. No entanto com esta no provérbio Iídiche “Mann Tracht, und Gott Lacht” (o Homem planeja, e D’us Ri), meu pai faleceu subitamente e o chão desabou debaixo de meus pés.
Não somos de família rica, apesar de viver em um excelente padrão socioeconômico. Meu pai era médico, mas que ocupou uma boa parte de seu tempo para sonhar, planejar e realizar o Einstein (e sou imensamente grato pelo legado que ele deixou). Com seu falecimento nossa fonte de renda secou (meu pai era muito previdente e não nos deixou faltar nada) e rapidamente tivemos de nos adaptar a uma nova realidade (que de uma certa forma foi até bom, para sair de uma infância prolongada e virar gente grande).
Médico recém formado, entendi que para conseguir alcançar um destaque na profissão que eu havia escolhido, eu teria de me dedicar a uma formação muito profunda. Assim dediquei os 10 anos seguintes em fazer Residência, Mestrado, Fellloswhip, Doutorado e ainda de lambuja cursar alguns anos de História da FFLCH-USP e Administração Hospitalar na FGV-SP.
Tive de renunciar a vários outros projetos pessoais e patrimoniais. Enquanto meus amigos já estavam em carreiras bem remuneradas, muitos casados e já tendo filhos ,eu vivia de uns parcos plantões, e tendo de postergar alguns sonhos.
Meus anos em Boston foram muito penosos do ponto de vista pessoal (muita coisa ruim aconteceu neste período, que não desejo a ninguém).
Chega o ano de 1987 (O ano que mudou minha vida) e um bom grupo de amigos:
- Marlene e Pedro Mangabeira
- Ravit e Robi Dorf
- Rita Cytrynowicz
Resolvem praticar a antiga arte de “Match-Maker” https://youtu.be/59Hj7bp38f8 ou em hebraico “Shiduch”
Luci, recém formada em Medicina estava querendo trabalhar com o Pedro Mangabeira, com quem tenho uma relação muito peculiar:
- O Pai dele foi Professor de meu pai
- Meu Pai, foi Professor dele
- O Pedro foi meu Professor
- Marlene, sua esposa e eu somos aparentados
O Pedro entrevista a Luci para trabalhar com ele e durante a entrevista pergunta se estava namorando e diz que a esposa dele tem um Primo (eu) que seria um par perfeito para ela
Rita e Marlene trabalhavam como Fonoaudiólogas na Clinica do Pedro e a Rita é prima do Roberto Dorf, um dos meus mais antigos e queridos amigos (fomos colegas de Rio Branco e de Movimento Juvenil)
Rita liga para a Ravit (esposa do Robi).
em 01/04/87 o Robi me liga (eu estava de plantão) e me disse.
- Liga para esta menina hoje
- Sai com ela
- Depois casa com ela
Como sou obediente fiz (quase tudo) como orientado (só não sai com ela dia 02/04, pois este era a data de aniversário de minha mãe). Começamos a nos ver em 03/04 (o dia Mais Feliz da Minha vida) e em Junho ou Julho decidimos casar (ela nem estava gravida)