Caros,

Eu não sou especialista em nada e não tenho a pretensão de ensinar nada a ninguém, mas tenho uma rede de informações muito boa e certo grau de insônia que ajuda a por a leitura em dia.

Cada vez mais estou convicto que existe um gene do fanatismo e até recentemente eu achava que ele se expressava em algumas poucas coisas, como:

  1. Religião
  2. Futebol
  3. Politica

Mas agora passo a entender que ele se expressa em muitas outras coisas como o COVID-19 e cito como exemplos:

  1. Confinar ou não confinar? Eis a questão
  2. To “cloroquinar” or not to “Cloroquinar”?
  3. Aceito ou não aceito um conceito não pelo que penso dele, mas sim por quem o defende?

Confinar ou não confinar? Eis a questão:

Há uma fabula da antiga Índia, onde um grupo de cegos vai palpar um elefante, cada um descreve o que percebe: um a pata, outro o marfim, o terceiro a trompa, e assim por diante, mas no final é “tudo elefante” e cada um só percebe aquilo que sente.

Nesta epidemia creio que vivenciamos uma situação assemelhada, onde cada qual a percebe pelo seu viés, por exemplo:

  1. Em relação à própria COVID-19
    1. Tem os tímidos, que não querem nem pensar em pegar este negocio.
    1. Tem os destemidos, que querem pegar logo e acabar com isto de uma vez.
    1. Tem outros que refletem: bom se é para pegar, quem sabe neste momento não seja uma má ideia, pois os sistemas de saúde ainda não estão lotados.
    1. Será que da para pegar só um pouquinho?
  • Em relação à economia: Um pouco em contradição ao que escrevi em item abaixo sobre “quem sabe mais manda mais”. No entanto não vou defender ideias, apenas postá-las:
    • Meu irmão me manda um artigo interessante: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3561560&download=yes
      • Pandemics Depress the Economy, Public Health Interventions Do Not: Evidence from the 1918 Flu
      • Este artigo revela que as cidades que aplicaram de forma mais precoce e agressiva as intervenções não farmacêuticas (NPI), que incluíram o isolamento, não “perfomaram” pior do que as outras, mas saíram da crise mais rápida e melhor do que as outras.
  • Em relação à Cloroquina (e outros):
    • Fico muito intrigado como as pessoas se tornam especialistas apaixonados
    • Não me entendam mal, mas em certos aspectos da vida eu não sou democrático.
    • Em varias circunstancias na vida quem sabe mais manda mais, por exemplo:
      • O Piloto do avião
      • O cirurgião
    • Assim não consigo entender a lógica de pessoas sem formação em saúde opinando sobre isto
    • O NEJM acaba de lançar: Drug Evaluation during the Covid-19 Pandemic
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp2009457?query=RP
  • Para mim mesmo, eu tenho o seguinte mantra:

“In God We Trust. The remaining of you has to show Data”

  • A intersecsionalidade da personalidade:
    • Após a última eleição presidencial americana perguntei, ao meu filho Ariel, por que as mulheres americanas não haviam votado maciçamente na Hillary Clinton. Ele me explicou
      • Uma mulher não é só uma mulher
      • Ela pode ser negra, ou branca; Formação universitária ou não; etc.
    • Isto é, cada um de nós é composto de varias “roupagens” e não necessariamente elas são coerentes entre si, por exemplo, você pode ser:
      • Homem, branco, médico e oriundo de um lar judaico liberal (este sou eu).
      • Homem, negro, jornalista, de direita: (Este em parece ser o jornalista Heraldo Pereira).
    • Dependendo de qual “roupagem” estiver preponderando naquele momento vai ser a sua decisão

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