Caros,
Eu não sou especialista em nada e não tenho a pretensão de ensinar nada a ninguém, mas tenho uma rede de informações muito boa e certo grau de insônia que ajuda a por a leitura em dia.
Cada vez mais estou convicto que existe um gene do fanatismo e até recentemente eu achava que ele se expressava em algumas poucas coisas, como:
- Religião
- Futebol
- Politica
Mas agora passo a entender que ele se expressa em muitas outras coisas como o COVID-19 e cito como exemplos:
- Confinar ou não confinar? Eis a questão
- To “cloroquinar” or not to “Cloroquinar”?
- Aceito ou não aceito um conceito não pelo que penso dele, mas sim por quem o defende?
Confinar ou não confinar? Eis a questão:
Há uma fabula da antiga Índia, onde um grupo de cegos vai palpar um elefante, cada um descreve o que percebe: um a pata, outro o marfim, o terceiro a trompa, e assim por diante, mas no final é “tudo elefante” e cada um só percebe aquilo que sente.
Nesta epidemia creio que vivenciamos uma situação assemelhada, onde cada qual a percebe pelo seu viés, por exemplo:
- Em relação à própria COVID-19
- Tem os tímidos, que não querem nem pensar em pegar este negocio.
- Tem os destemidos, que querem pegar logo e acabar com isto de uma vez.
- Tem outros que refletem: bom se é para pegar, quem sabe neste momento não seja uma má ideia, pois os sistemas de saúde ainda não estão lotados.
- Será que da para pegar só um pouquinho?
- Em relação ao confinamento
- Dependendo quem você for à atividade econômica, sua atitude será diferente, por exemplo:
- Se você for um dos empregados nas atividades liberadas: não esta mal
- Se você for um pequeno empregador e seu faturamento caiu a Zero (como é o meu caso), então você tem problemas.
- Por que em certos locais a disseminação ocorre de forma diferente
- Kerala na Índia (tem população igual a da Califórnia): leiam no MIT Technology Review de 13/04: https://www.technologyreview.com/2020/04/13/999313/kerala-fight-covid-19-india-coronavirus/?truid=c69a6d8f1dec5dbaf34fc54f223e5261&utm_source=the_download&utm_medium=email&utm_campaign=the_download.unpaid.engagement&utm_content=04-14-2020
- Com uma atitude agressiva desde o primeiro caso (que se escondeu das autoridades) conseguiram controlar a doença.
- Liderança firme e coesa: Tomaram todas as medidas necessárias:
- Detectaram casos inicias
- Fizeram isolamento dos contatantes.
- Resultado muito poucos afetados
- Itália: creio não precisar escrever muito (agora, 1/4/04 as 18hs00min: 21.000 mortes)
- Kerala na Índia (tem população igual a da Califórnia): leiam no MIT Technology Review de 13/04: https://www.technologyreview.com/2020/04/13/999313/kerala-fight-covid-19-india-coronavirus/?truid=c69a6d8f1dec5dbaf34fc54f223e5261&utm_source=the_download&utm_medium=email&utm_campaign=the_download.unpaid.engagement&utm_content=04-14-2020
- Dependendo quem você for à atividade econômica, sua atitude será diferente, por exemplo:
- Em relação à economia: Um pouco em contradição ao que escrevi em item abaixo sobre “quem sabe mais manda mais”. No entanto não vou defender ideias, apenas postá-las:
- Meu irmão me manda um artigo interessante: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3561560&download=yes
- Pandemics Depress the Economy, Public Health Interventions Do Not: Evidence from the 1918 Flu
- Este artigo revela que as cidades que aplicaram de forma mais precoce e agressiva as intervenções não farmacêuticas (NPI), que incluíram o isolamento, não “perfomaram” pior do que as outras, mas saíram da crise mais rápida e melhor do que as outras.
- Setor Saúde:
- No JAMA Health Forum em 09/04 saiu um artigo de como a COVID-19 deve impactar a economia no setor saúde (pelo menos americano)
- Há uma redução brutal na demanda de serviços (~80%)
- Há segunda maior demanda de seguro-desemprego esta sendo no setor saúde.
- O NY Times publicou recentemente um artigo cujo titulo é autoexplicativo: “Where have all the heart attacks gone”
- Para quem não sabe este titulo é uma corrupção de uma musica de Peter Seeger: “Where have all the flowers gone”. https://youtu.be/ZgXNVA9ngx8.
- Brasil Não COVID-19 (minha impressão):
- Hospital Einstein:
- PAs com baixo movimento
- Internação e cirurgias eletivas: baixo movimento
- Consultórios: baixíssimo movimento
- Medicina Diagnóstica: Idem
- Outros Hospitais e Laboratórios: Idem
- Hospital Einstein:
- No JAMA Health Forum em 09/04 saiu um artigo de como a COVID-19 deve impactar a economia no setor saúde (pelo menos americano)
- Meu irmão me manda um artigo interessante: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3561560&download=yes
- Em relação à Cloroquina (e outros):
- Fico muito intrigado como as pessoas se tornam especialistas apaixonados
- Não me entendam mal, mas em certos aspectos da vida eu não sou democrático.
- Em varias circunstancias na vida quem sabe mais manda mais, por exemplo:
- O Piloto do avião
- O cirurgião
- Assim não consigo entender a lógica de pessoas sem formação em saúde opinando sobre isto
- O NEJM acaba de lançar: Drug Evaluation during the Covid-19 Pandemic
- Para mim mesmo, eu tenho o seguinte mantra:
“In God We Trust. The remaining of you has to show Data”
- A intersecsionalidade da personalidade:
- Após a última eleição presidencial americana perguntei, ao meu filho Ariel, por que as mulheres americanas não haviam votado maciçamente na Hillary Clinton. Ele me explicou
- Uma mulher não é só uma mulher
- Ela pode ser negra, ou branca; Formação universitária ou não; etc.
- Isto é, cada um de nós é composto de varias “roupagens” e não necessariamente elas são coerentes entre si, por exemplo, você pode ser:
- Homem, branco, médico e oriundo de um lar judaico liberal (este sou eu).
- Homem, negro, jornalista, de direita: (Este em parece ser o jornalista Heraldo Pereira).
- Dependendo de qual “roupagem” estiver preponderando naquele momento vai ser a sua decisão
- Após a última eleição presidencial americana perguntei, ao meu filho Ariel, por que as mulheres americanas não haviam votado maciçamente na Hillary Clinton. Ele me explicou